quinta-feira, 1 de junho de 2023

Espiral

Espiral, é o meu livro mais recente. Editado pela Eufeme.
Para os interessados podem enviar pedidos através daqui.

Obrigado,
JMT


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de novembro de 2022

«As árvores»

As árvores
já não se lembram
dos derrames — aquelas
insónias agonizantes
das fogueiras.

 

Jorge M. Telhas, in «inane», ed. Eufeme, 2020

sábado, 22 de janeiro de 2022

The Naked And The Nude (by Robert Graves)

THE NAKED AND THE NUDE

For me, the naked and the nude
(By lexicographers construed
As synonyms that should express
The same deficiency of dress
Or shelter) stand as wide apart
As love from lies, or truth from art.

Lovers without reproach will gaze
On bodies naked and ablaze;
The Hippocratic eye will see
In nakedness, anatomy;
And naked shines the Goddess when
She mounts her lion among men.

The nude are bold, the nude are sly
To hold each treasonable eye.
While draping by a showman's trick
Their dishabille in rhetoric,
They grin a mock-religious grin
Of scorn at those of naked skin.

The naked, therefore, who compete
Against the nude may know defeat;
Yet when they both together tread
The briary pastures of the dead,
By Gorgons with long whips pursued,
How naked go the sometimes nude!
 
 
Robert Graves

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Poema (de Mário Cesariny)

POEMA

 

Tu estás em mim como eu estive no berço
como a árvore sob a sua costa
como o navio no fundo do mar

Mário Cesariny, in «Pena Capital», ed. Assírio & Alvim, 1999

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Diferenças

Diferenças

Se enquanto te deixas acariciar pela ociocidade podes, de longe, ser confundido com um cão, quando te levantares para agir, aí as diferenças terão de ser evidentes, sob o perigo de deixares de ser considerado humano.


Gonçalo M. Tavares

in Breves Notas Sobre o Medo, Relógio D'Água, 2019

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

O OUTRO (Paul Celan)

O   O U T R O

Feridas mais fundas do que em mim
abriu em ti o silêncio,
estrelas maiores
enredam-te na rede dos seus olhares,
cinza mais branca
repousa sobre a palavra em que acreditaste.


Paul Celan,
in «A Morte é uma Flor», trad. João Barrento, ed. Cotovia, 1998

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

LEPRA

L E P R A

A poesia tão igual a uma lepra!
.   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .
E os poetas na leprosaria
vão vivendo
uns com os outros,
inspeccionando as chagas
uns dos outros.


Jorge de Sena
in
«Perseguição», Ed. Cadernos de Poesia, 1942